Vida de escritor

Um autor precisa de um blog? Sobre o que um autor escreveria?

Eu escrevo ficção – por que eu precisaria de um blog? O que postar quando ainda nem fui publicado?

Durante muito tempo, me fiz essas mesmas perguntas. Minhas pesquisas sobre o assunto não trouxeram respostas definitivas. A resposta curta seria, sim, deveria. A resposta longa é depende de diversos fatores que somente o próprio escritor pode avaliar.

O objetivo de um blog de autor se resume a: gerar valor, direcionar tráfego e estabelecer conexão com os leitores.

Isso também levanta outras questões que tenho ponderado desde que decidi publicar. Quando você começa a pesquisar como vender seus livros, muitas perguntas surgem. E a ideia óbvia de blogar é atrair leitores, e fazer seu próprio marketing. Porém, essa palavra (marketing) pode ser assustadora para a maioria dos autores independentes.

Acho que muitos autores não gostam da ideia de se tornar um produto ou tratar seu livro como se fosse apenas isso. Isso também não ressoa muito em mim. Contudo, o conselho mais comum que um autor iniciante ouve e lê por aí é justamente isso: desenvolver estratégias de marketing.

Por onde começar? Ainda nem publiquei, por que deveria fazer marketing?

Na contramão da intuição, o conselho mais comum é:

Construa uma audiência e chame a atenção dos editores ao formar uma base de fãs.

Como? Você deve estar se perguntando. Bom, o principal conselho dos especialistas é por meio das redes sociais.

No entanto, isso é desafiador, pois não há garantias no marketing digital. Não há garantias de que a pesquisa de palavras-chave, o SEO, as manchetes atrativas e as postagens consistentes trarão uma audiência. Há muita concorrência por atenção nas redes sociais. Portanto, não me sinto totalmente convencida quando ouço essas sugestões.

Quando fui selecionada em alguns concursos literários e precisei fazer marketing para antologias, ficou evidente o quão complicado é seguir esse conselho na prática. São dois trabalhos árduos e que exigem muito tempo: tornar-se conhecido nas redes sociais e utilizar isso para vender seus livros, que você precisará escrever, é claro. Não me parece muito plausível conseguir fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Duas coisas que exigem muito tempo, esforço e dedicação.

Ficar famoso para vender livros ou vender livros e ficar famoso? Eis a questão.

Sendo um desconhecido, é difícil alcançar um bom alcance, mesmo quando seu engajamento não é ruim. Pagar por tráfego é uma forma de aumentar o alcance, mas confesso que hesito quando se trata de propaganda. Usando minha experiência como referência, não considero isso visto com bons olhos.

Publicações nas redes sociais do tipo “comprem meu livro” também não necessariamente se traduzem em vendas. As pessoas compram quando você gera valor para elas, quando gostam do que você escreve. Elas precisam conhecê-lo. É aqui que o blog se encaixa.

Você pode utilizar qualquer meio de comunicação para agregar valor: seja um blog, um podcast, um canal de vídeo; a escolha é sua. No entanto, acredito que o blog seja uma boa opção para mostrar aos leitores (e possíveis novos leitores) o estilo de escrita como autor. Além disso, o formato do blog permite uma abordagem mais detalhada e aprofundada (em comparação com as postagens nas redes sociais), o que pode despertar um interesse mais profundo e envolvente com o leitor.

Acredito que cada autor vai descobrindo sua própria voz nesse processo. As possibilidades de temas para escrever em blogs são infinitas. É possível compartilhar sobre o processo de escrita, sobre o processo de autopublicação, experiências pessoais, fontes de inspiração e muito mais. Estou em busca do meu estilo próprio, ainda tentando encontrar a minha voz, assim como achei como escritora de ficção.